sábado, 12 de setembro de 2009

Braço de ouro

Por vezes divertimo-nos de mais, é o que é. O último espectáculo na Fábrica do Braço de Prata foi - como dizer isto? – memorável. Primeiro, estava eu a caminho das Caldas e ligo o rádio. No preciso momento em que o faço ouço a voz do Nuno Nabais a dizer: “E hoje à noite temos os terylene, um grupo kitsch que se veste a rigor e toca canções dos anos 50 e 60”. Uma verdadeira coincidência feliz. Achei piadaao riso da apresentadora ao repetir o nome da banda “terylene”.

Enfim, o concerto correu de forma excelente. No final o músico Miguel Martinho dizia-nos que existe uma dinâmica muito interessante nos nossos concertos. Onde seria de prever uma dificuldade em gerar dinâmicas, uma vez que se trata de uma banda com um único instrumento, a verdade é que temos músicas que começam muito levemente e tem crescendos e diminuendos muito acentuados que conferem aos concertos um ritmo muito versátil e singular. Achei curiosa esta ideia. Além disso disse-nos outra coisa interessante. Segundo ele resulta esplendidamente reunir este projecto de música com verdadeiro stand up comedy que foi o que os nossos diálogos vão criando de forma natural não programada. “Não há dúvida que vocês gostam muito das músicas que estão a tocar. Tocam-nas com uma sensibilidade pessoal que se transmite. O resultado é passarem essa devoção para o público que aceita o vosso desafio de as encarar como entidades vivas. Cada canção é um ser para ser respeitado. O silêncio é atento. O interesse é genuíno. Tanto quanto a vossa alegria, que equilibram com verdadeiros momentos de intimidade artística. Vocês produzem cumplicidades com pessoas que não vos conhecem de lado nenhum. Isso é raro.”

Gostei muito de ouvir estas coisas. E a verdade é que foi isso que tivemos ontem. Um público calorosíssimo e uma incontrolável vontade de rir que quase nos impedia de tocar temas tão dilacerantemente belos como o “Laura” ou o “Tenderly”. Excelente disposição e um calor de morrer – isto de vestir kitsch tem os seus prejuízos térmicos. Como de costume experimentámos novas versões. Ontem tocámos o “Call me”, numa série minuciosamente seleccionada pelo Ferro, com um arranjo bossa. Não sei se é para ficar, mas ficou bonito. Tenho andado a estudar uma inserção solo, bastante exigente (que o diga o meu mindinho) para o “Smile” e que lhe confere ainda maior delicadeza e intensidade. Apresentei-a pela primeira vez neste concerto. Nos finais de Outubro (24) voltaremos com mais novidades a esta casa de amigos. As saladas de frango estão excelentes. Recomenda-se vivamente.

Bjinhos

Rui

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

mood indigo

Braço de Prata

Porque queremos que saibam e que não nos digam que não avisamos aqui vai: os Terylene estarão no próximo dia 10 de Setembro na Fábrica do Braço de Prata, a partir das 22h30 e voltarão a actuar no dia 24 de Outubro, a partir das 24h30, sempre na sala Nietzsche. Como sempre, haverá novidades no alinhamento. Entretanto andamos embeiçados por uma canção escrita pelo Thad Jones. To you. 72 acordes, nem mais.

Só encontrei este vídeo. Mas aquilo continua maravilhosamente.